Vassalo significa súbdito de um suserano. É um
conceito próprio da Idade Média e está relacionado com o sistema de feudalismo.
O vassalo era o indivíduo que pedia algum benefício a um nobre superior e em
troca fazia um juramento de absoluta fidelidade. Os vassalos eram geralmente
recompensados com um feudo que poderia ser terras, cargos, lugar num sistema de
produção ou outros benefícios. Suserano é o nome atribuído àquele que doa o bem
ou oferece proteção. Esse tipo de relação era conhecida como vassalagem.
O conceito de vassalo continuou a ser usado
figurativamente para denominar o indivíduo submisso ou subordinado a algo ou
alguém.
(www.significados.com.br)
Isto
faz-vos lembrar alguma coisa?
A mim, confesso,
veio-me à ideia quando dei uma vista de olhos ao renovado site do PS Vizela. No
separador testemunhos, um rol de personalidades, ou lá como lhes queiram
chamar, debitava, como num disco riscado, o slogan escolhido: Apoio Dinis Costa
porque Vizela não pode parar. Acabei por não ir mais longe…. Isto já deve dar para uma crónica - pensei.
Certo é,
que no referido site, desfila de tudo. Desde dirigentes do partido, regionais e
locais, a médicos, actores, funcionários municipais, dirigentes de colectividades,
empresários…
Notei que
há poucas mulheres a apoiar; ou foi falta de atenção da equipa ou o presidente está
mesmo com a popularidade em baixo junto do eleitorado feminino.
E pensei,
intrigada: será que os bem sucedidos têm voto de qualidade? Ou outras
qualidades que os distingam e torne o seu apoio proveitoso? Sei (às vezes
espreito a TVI), que certas figuras públicas, cantores, actores, desportistas, possuem
uma espécie de aura e uma capacidade de atracção passíveis de histerizar multidões
e mobilizar clubes de fans. Mas daí a fazer deles gurus…
Sei que a
ostentação dos sinais exteriores de riqueza, impressiona o vulgo, é um óptimo
cartão de visita e abre muitas portas; às vezes basta uns trapinhos de marca e
um carrito bem artilhado para dar nas vistas, e dar a volta a cabeça a muita
mulherzinha disposta a arriscar tudo por uma voltinha de cabelo ao vento. Mas daí
a guias espirituais…
Até porque,
por exemplo, a Clarinha pensa o contrário: não gosta de bonecos (ou bonecas),
vaidosos e arrogantes, e por muita notoriedade que lhes reconheça, não acha que isso lhes outorgue qualquer ascendente, capacidade
de persuasão ou espírito de liderança; mais (...ou menos!), quando a sua bagagem
cultural se resume a conhecimentos vagos e sintéticos apreendidos nas selecções
do reader’s digest, e nas conversas se limitam a discutir os casos dos penaltis
do futebol nacional, os assuntos de trabalho, os lucros da bolsa, as memórias das
últimas férias, ou as curvas da mulher que passou. O que não sei se será o caso, aliás. Apontei
isto, apenas como exemplo dos empresários de sucesso que germinam por aí.
Voltando
ao tema. Ora, se acredito que alguns expressem
o apoio de forma desinteressada (por convicção, até), outros, cheira-me a
esturro. Será que são o resultado de negociatas pouco transparentes, sei lá, ajustes directos, subsídios
encapotados, licenciamentos ilícitos, favorecimentos indevidos?…
Então
nesse caso, a frase de apoio devia ser: ao grande autarca que nos tornou mais
gordos a nação agradecida. É que a outra, além de não dizer rigorosamente nada,
presta-se a jogos de palavras que podem tornar-se incómodos: Vizela não pode
parar… de se endividar? …de se afundar?
…de empobrecer?
Ao menos,
com Francisco Ferreira era para continuar a crescer. Infelizmente, também se
viu no que isso deu…
Estou a
divagar. Volto ao
assunto.
Dirão que
se trata apenas de mensagens de apoio. Mas, pergunto eu, então porque não dão
voz ao cidadão comum, ao anónimo que, no banco da praça, ocupa o tempo a olhar
as pombas, ou na margem do rio, passa a tarde a dar banho à minhoca? Serão do contra? Terão, devido à situação ou
por força das circunstâncias, razão de queixa do autarca? É certo que ele se
esqueceu de plantar as árvores de fruto na rua principal que sempre davam para
um lanche de pobre– mas esqueceu tantas outras promessas.
Bem, em
resumo: o site está bem arreado, é apelativo, é capaz de vender bem o produto.
Contudo, há duas questões que quero colocar aos responsáveis. Uma, porque não
convenceram o presidente do CCD a liderar a lista dos subsidio-dependentes
reconhecidos? Outra, que faz um estrangeiro na galeria dos penhorados, um que
se assina Salvatori no Facebook, e é
italiano, com certeza, tantos são os erros de português e os pontapés na
gramática que dá no uso da língua..?
Moral da
história: Vizela é de todos… mas há que tempos que a melhor parte está
reservada para o proveito de uns poucos.
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