Não, o nosso presidente ainda não
abdicou, apesar da gestão desastrosa que aplicou ao município e do calamitoso
estado das finanças municipais.
Não, o atual presidente não foi
demitido, apesar da relação de forças nas reuniões da câmara se ter invertido.
Não, não se trata de mais uma sondagem
do DDV ou do Ruptura Vizela – que a essas ninguém leva a sério
Pelo contrário, o meu título é actual,
factual e verídico.
O candidato da coligação encontra-se,
de facto, à frente da câmara - de costas para o edifício municipal e de frente
para a praça do senhor Antunes, num outdoor de propaganda política.
E não é pouco, como atitude de
desafio e de provocação. Dizem que ao presidente tem tirado anos de vida.
Logo agora que precisa de toda a
concentração e engenho para resolver o assunto das listas. Decidir quem será o
seu delfim, ocupando o numero 2 e quem ficará de trombas ao ser relegado para o
último lugar do pódio. E ainda escolher os figurantes ( ou os figurões) para os
lugares que se seguem. Aqui, tem sempre a ajuda do professor Faria ( o outro -
o do Ruptura) que o tem assessorado, sugerindo nomes, elaborando listas, dando
palpites como quem tira coelhos da cartola.
Numa pausa do sorteio do
pimpampum com os nomes da Dora e do Vitor Hugo, o presidente ainda pensou
recorrer ao pessoal, para que uma causa natural - um tractor desgovernado ou uma
súbita rajada de vento - derrubasse acidentalmente aquele outdoor, que lhe ensombra a vista e lhe assombra os dias. Mas depois daquele episódio, ainda na
anterior gerência, em que um deles foi às fuças ao vinagre, os homens andam
pouco cooperantes… “Claro! …ainda mais agora que estão à aguardar para ver de que
lado sopra o vento…”
E assim, dia após dia, é sempre a mesma rotina:
quando o presidente sobe a rampa miram-se em ar de desafio. Um, com o esforço da
passada e o ónus do passado a dificultar-lhe os movimentos – o outro, majestoso,
sereno, reluzente, à espera, com o meio sorriso de gozo estampado na cara, como
que a dizer: aproveita enquanto podes.
“Agora, só falta mesmo é chaparem
a cara do renegado no outro cartaz, de frente para o meu gabinete, para acabarem de moer a pouca paciência
que me resta….”
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