9.9.13

Uma campanha amorfa

O facto da Clarinha ter andado tão calada não se deveu à falta de assunto, antes a um gesto solidário com os políticos locais.. Como aqueles, os ditos cujos, mandaram a política às favas, e foram molhar os pezinhos para outras águas mais límpidas que a da nossa praia fluvial, a Clarinha respeitou a trégua e manteve o silêncio. E a segunda quinzena do querido mês de Agosto foi um sossego. 

A excepção eram as publicações facebookianas  do PS, que desfiavam, em mosaico, os encantos da terra transfigurada pelos méritos da governação socialista. Certo é, que ainda nem dois dias haviam passado sobre o meu último post em que reclamava da escuridão da zona ribeirinha, já o escriturário de serviço, vaidoso, anunciava: Marginal Ribeirinha de Vizela já esta Iluminada para que os Vizelenses possam desfrutar desta grande obra do Partido Socialista de Vizela.
Coincidências...
E propaganda? Admito que sim.
Mas esses foram mexendo. Nas teclas, pelo menos... A oposição, nem isso. Como se após a festa de apresentação, no Forum, satisfeita com os resultados, desse por concluída a campanha. Fala-se de umas reuniões para juntar ideias para o programa, convocam a imprensa de vez em quando só para aparecerem nos jornais e mostrarem que estão vivos… Mas deixem que lhes diga, para vivos mexem-se muito pouco. Andarão entretidos a elaborar o programa? Estarão a carregar baterias? A contar espingardas? Ou a disparar uns contra os outros?  É que desses hiatos de silêncio costuma sair asneira. Como, por exemplo, a renúncia do presidente em integrar as listas. Também, ver-se ultrapassado, tanto à esquerda como à direita, por tantos e tão maus concorrentes, não deve ser fácil de digerir. Ali houve gato (sem ofensa, Cidália)! 

Parece que o “Vizela é para todos” se está a transformar no “todos contra todos”. Lema que parece mais adequado ao método utilizado: vai um tiro na câmara, vai um tiro para o ar, vai outro tiro no pé. E não me admira que a campanha que se vai seguir, seja rija e apaixonadamente organizada para rematar num apoteótico discurso final, ao jeito de ”Obrigado pelo apoio, mas vejam lá, não nos lixem!... nós só queremos votos para eleger  2 ou 3 vereadores. A presidência não está nos nossos planos.”

Claro que ainda existe a CDU e o BE. Só que esses, coitadinhos, nem como contrapeso servem: se conseguirem obter a totalidade dos votos dos familiares próximos dos membros das listas, já conseguirão uma enorme vitória.  É duro, mas o mundo é cruel. Veja-se a diferença no tamanho dos outdoors. Para uns lençóis kingsize, para outros capas de livro de bolso. 

A vida não está fácil.  
Salvo para os partidos no poder. O PS, ou a câmara enquanto candidata às eleições– como se descaiu o Huguinho, nem vai precisar de se esforçar muito. Basta-lhes exibir o slogan "prometemos, cumprimos", e a conta-gotas, ir apresentando as obritas da praxe. E rezar, para que de algumas, ninguém se lembre de pedir o teste de ADN para comprovar a paternidade. E então, ele é o apoio social, o centro escolar, o complexo desportivo do CCD, o edifício sede, a loja social, a marginal ribeirinha, o minigolfe, a oficina domiciliária, o pavilhão municipal, as piscinas modelares… Ah, isto ainda não está feito?! Pois é, só chegaram à letra O. Começado por P só o PAEL?… Não importa, o pavilhão e as piscinas  servem de promessa para o próximo compromisso.

Assim como assim, não há necessidade de encadernar o futuro programa autárquico em 16 bonitas páginas, graficamente perfeitas; 4 são mais do que suficientes – e ainda ficará alguma coisa por cumprir.  Vão por mim.

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